sábado, 18 de fevereiro de 2017

Histórias, cantigas e brincadeiras da infância - Dani Del Sole





TEMA: Histórias, cantigas e brincadeiras da infância.
Daniela Del Sole.




 
Obra: Jogos e Brinquedos Infantis, 1560, de Pieter Brueghel.

Público alvo: Estudantes do Ensino Médio.
Tempo previsto: 12 aulas.

Justificativa

 A retomada dos estudos em Arte corresponde ao ensino de Arte de uma maneira singular, ou seja, que considera as múltiplas competências como chaves sensoriais e cognitivas, considerando o conhecimento da história, das técnicas e do processo de cada área artística. Esse processo depende da reinvenção contínua das situações e objetos e de uma reorganização dos territórios do conhecimento, reconstruindo as fronteiras às quais pertencem cada linguagem artística. Tal reconstrução pressupõe o foco no processo e não apenas no produto, de modo que haja um rigor e um aprofundamento em cada área. Os territórios da Arte podem ser subdivididos nas artes do corpo (teatro, dança e performance), artes literárias, artes musicais, artes plásticas e artes tecnológicas. Os sistemas estão inter-relacionados e, por mais que cada área artística exija habilidades específicas de cada aluno, cada pessoa faz parte de um sistema, considerando suas singularidades, mas também as do ambiente, como algo maior, do qual cada um de nós também faz parte e deve se sentir integrante dela. Assim, as vivências artísticas permitem maior contato entre si, e as correlações entre o que é múltiplo e o que é singular. Essa é uma maneira de ver os seres humanos como potencialmente ativos e repletos desses hibridismos, no momento das manifestações artísticas e até mesmo das atividades propostas. É bem provável que em uma única atividade, ainda que mais focada na música, elementos do teatro, da dança e até da literatura transpareçam e fortaleçam ainda mais a formação da pessoa sensível e disposta a conhecer as múltiplas competências implícitas às Artes. Assim como em uma tarefa das artes plásticas, elementos retornem às experiências corporais propostas.

Objetivos gerais
Proporcionar uma visão integrada das Artes, por meio de vivências e sondagens acerca das diferentes áreas artísticas - artes do corpo (teatro, dança e performance), artes literárias, artes musicais, artes plásticas e artes tecnológicas, tendo como ponto de partida as lembranças que cada estudante traz sobre sua infância, considerando canções, histórias, contos, lendas, fábulas e brincadeiras.

Objetivos específicos
Perceber as narrativas dos contos, histórias, fábulas e lendas como possibilidades para improvisações, desenhos, danças e criações variadas.
Compreender as transformações pelas quais passaram ao longo do tempo as brincadeiras, canções e histórias.
Reconhecer o conteúdo artístico implícito em jogos, brincadeiras, histórias e canções.
Sensibilizar para as diferentes maneiras de expressão artística, respeitando limitações e habilidades, mas oferecendo técnicas possíveis e acessíveis a todos para a consciência corporal.
Introdução à rítmica do baião.

Conteúdos
Integração entre as linguagens artísticas.

Habilidades
Capacitar o discurso crítico num campo de saberes hibridizados.

Metodologia
Em grupo, elaborar listas de brincadeiras, canções e histórias que se lembram; Apresentar ao grupo as listas e cantar as canções. No momento do canto aparecem rítmicas conhecidas, de modo que será introduzida a rítmica do baião. Na fase seguinte, os estudantes devem escolher uma canção para encaixar na rítmica aprendida. Posteriormente, comparam a obra “Jogos e Brinquedos infantis” (1560), de Pieter Brueghel para produção de desenho ou quadros corporais para fotografia, ou ainda, quadrinhos que expressem comparações de suas histórias com as do quadro, permitindo recriação. Por fim, escolhem uma das narrativas para encenar e ter os primeiros contatos com técnicas de improvisação em teatro.

Avaliação
A avaliação corresponderá às etapas vivenciadas, considerando a lista inicial de histórias, brincadeiras e canções a ser entregue (uma por grupo), trabalho em plásticas ou foto ou quadrinho comparativo, partindo do quadro de Brueghel e filmagem da história encenada.


Referências Bibliográficas

BRENNAN, Richard. A Técnica de Alexander. Editora Estampa, 1994.
FELDENKRAIS, Moshe. Caso Nora: Consciência corporal como fator terapêutico. Editora Summus, 1979.
GONÇALVES. M.G.Giradi. Martha Graham: dança, corpo e comunicação. Tese de Mestrado. 2009.

HARARI, Angela e VALENTINI, Willians. A reforma psiquiátrica no cotidiano. Hucitec. São Paulo, 2001.

LABAN, Rudolf. Domínio do movimento. Summus editorial, São Paulo, 1978.
PADILHA, Paulo Roberto. Educar em Todos os Cantos: reflexões e canções por uma educação intertranscultural. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2003.
OLIVEIRA, Maria Rosa Duarte et al. Território das Artes. Por que territórios das Artes? São Paulo. Educ. 2006.
VIEIRA, Jorge Albuquerque. Território das Artes. Singularidade e território na teoria geral dos sistemas. Território das Artes. São Paulo. Educ. 2006.
 
ANEXO I

Biografia de Pieter Brueghel: Pintor, escultor, arquiteto e decorador de tapeçarias e vitrais flamengo nascido em Breda, no Ducado de Brabant, Paises Baixos, hoje uma província da Bélgica, que criou uma rica pintura narrativa, documentando costumes de época, tornando-se um  dos mais representativos pintores flamengos do período Cinquecento (1500-1599) do Renascimento. Discípulo de Coecke Van Aelst, um importante artista de Antuérpia, foi o primeiro pintor de uma família de artistas flamengos. Foi admitido como Mestre na Associação de Pintores de Antuérpia (1551) e viajou para Itália onde produziu uma série de pinturas de menos importância, a maioria de paisagens. Em Roma, produziu a sua primeira obra assinada e datada, Cristo e os Apóstolos no Mar de Tiberíades (1553), e voltou para Antuérpia. Nos anos seguintes continuou desenhando paisagens, especialmente alpinas, mas depois (1556) passou a dedicar-se a temas satíricos, didáticos e moralistas, influenciado por Hiëronymus Bosch. Mudou-se (1563) para Bruxelas onde casou com Mayken, filha do seu professor Van Aelst, que passou a ter mais influência na escolha de seus temas. Além da sua predileção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absurdo na vulgaridade, expondo as fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama. Depois de casado, as suas personagens tornaram-se maiores e disformes e morreu no auge de sua produtividade, aos 44 anos de idade, em Bruxelas, e foi sepultado na Igreja de Notre-Dame de la Chapelle, onde tinha se casado.
O Renascimento foi um movimento cultural cuja principal característica foi o surgimento da ilusão de profundidade nas obras. Em termos gerais, por definição o Renascimento foi um movimento artístico, científico e literário que floresceu na Europa no período correspondente entre à Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna, do século XIII ao XVI, com o berço na Itália e tendo em Florença e Roma como seus dois centros mais importantes. Sua principal característica foi o surgimento da ilusão de profundidade nas obras e, cronologicamente, pode ser dividido em quatro períodos: Duocento (1200-1299), Trecento (1300-1399), Quattrocento (1400-1499) e Cinquecento (1500-1599). 


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A necessidade da Arte - Dani Del Sole



A necessidade da Arte - Dani Del Sole.
 
A Arte surge como condição para o humano, ou seja, ao narrar sobre os primeiros seres humanos que tiveram criatividade para determinadas atitudes, como saber se disfarçar, criar cantos para acompanhar o trabalho, nomear objetos, construir símbolos linguísticos para as palavras e ainda falar, o autor deixa transparecer a ideia de que os primeiros artistas foram também os primeiros seres humanos a transformarem a natureza. Quer dizer que as origens da Arte são concomitantes ao processo de absorção e construção social do homem, a partir dos elementos encontrados na natureza. Ou seja, conforme nos humanizávamos, construíamos maneiras de ser, pensar, sentir e agir, que eram tipicamente humanas e nos diferenciavam dos outros animais, dando-nos as bases para nos constituirmos como humanos, capazes de fazer Arte e de explorar esse potencial imaginativo ao longo dos tempos.
  
Referências Bibliográficas:

FISCHER, Ernst – A necessidade da arte. Tradução de Leandro Konder. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.