ORGANOLOGIA
E CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS MUSICAIS.
Organologia é uma área de
conhecimento que se ocupa em pesquisar os instrumentos musicais na tentativa de
descobrir suas origens históricas e culturais, respeitando as diferentes
culturas. Ela investiga, classifica e analisa os diferentes instrumentos,
considerando aspectos acústicos e estruturais, bem como aspectos simbólicos,
que são os que expressam algum significado para determinada cultura.
Existiram inúmeras classificações ao
longo da história. Algumas levavam em conta os sons produzidos, os materiais
utilizados para a realização do instrumento, a forma, a qualidade do som, o
timbre, o modo de execução, dentre outros.
Jean de Muris, em 1325, classificou
os instrumentos em três categorias: tensibilia (instrumentos com cordas
tensas); inflatibilia (instrumentos soprados) e percussibilia (instrumentos que
são percutidos). Sebastoan Virdung, em
1511, também definiu três categorias: instrumentos com cordas; instrumentos
acionados pela respiração ou por ventos artificiais; e instrumentos de metal ou
outros materiais ressoantes. Em 1863, August Gevaert propôs uma outra
classificação: instrumentos de cordas, instrumentos de sopro, instrumentos
esticados com uma membrana e instrumentos autofônicos.
Porém, a classificação preponderante
surgiu em 1914, com os etnomusicólogos Hornbostel e Sachs. No sistema
Hornbostel-Sachs, o princípio é acústico, ou seja, o elemento vibratório que
produz o som. De acordo com essa classificação, existem os idiofones, que produzem sons de acordo com a vibração de corpos sólidos,
como por exemplo, a castanhola, o triângulo e o agogô; os membranofones, que necessitam de uma membrana tensionada para
percutir os sons, como por exemplo, a cuíca, o pandeiro e o surdo; os aerofones, cuja fonte sonora é uma
coluna de ar, como o trompete e o trombone; e, por último, os cordofones, que produzem sons através
da percussão de uma corda tensa, como o violão, o contrabaixo e a harpa.
O curioso das pesquisas
etnomusicológicas é perceber que os critérios para a definição dos sons variam
de acordo com o tempo, com a cultura, com a forma como a música é feita, pois,
entre os indígenas, por exemplo, o fato de existirem instrumentos coletivos,
tocados por múltiplos executantes, transformaria completamente essas definições
encontradas, já que num único instrumento, poderiam ser observadas características
dos idiofones, membranofones, aeorofones e cordofones. Porém, as classificações
auxiliam a definir grupos de instrumentos para efeito de estudo, já que eles
podem variar de acordo com os símbolos de cada cultura.
Enfim, há uma riqueza imensa quando se estuda a organologia, pois,
leva-se em conta a estrutura física dos instrumentos e a prática social,
religiosa ou estética que se relaciona com o uso do instrumento. Portanto, há
um campo de conhecimento amplo que orienta e desperta o interesse pela forma
como a humanidade produz som ao longo do tempo.
Abraços!
Dani Del Sole
Amei👌...pois encontrei o que tanto queria. Muito obrigada🙏
ResponderExcluir