sábado, 11 de outubro de 2014

Organologia e Classificação dos instrumentos musicais - Dani Del Sole



ORGANOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS MUSICAIS.

            Organologia é uma área de conhecimento que se ocupa em pesquisar os instrumentos musicais na tentativa de descobrir suas origens históricas e culturais, respeitando as diferentes culturas. Ela investiga, classifica e analisa os diferentes instrumentos, considerando aspectos acústicos e estruturais, bem como aspectos simbólicos, que são os que expressam algum significado para determinada cultura.
            Existiram inúmeras classificações ao longo da história. Algumas levavam em conta os sons produzidos, os materiais utilizados para a realização do instrumento, a forma, a qualidade do som, o timbre, o modo de execução, dentre outros.
            Jean de Muris, em 1325, classificou os instrumentos em três categorias: tensibilia (instrumentos com cordas tensas); inflatibilia (instrumentos soprados) e percussibilia (instrumentos que são percutidos).  Sebastoan Virdung, em 1511, também definiu três categorias: instrumentos com cordas; instrumentos acionados pela respiração ou por ventos artificiais; e instrumentos de metal ou outros materiais ressoantes. Em 1863, August Gevaert propôs uma outra classificação: instrumentos de cordas, instrumentos de sopro, instrumentos esticados com uma membrana e instrumentos autofônicos.
            Porém, a classificação preponderante surgiu em 1914, com os etnomusicólogos Hornbostel e Sachs. No sistema Hornbostel-Sachs, o princípio é acústico, ou seja, o elemento vibratório que produz o som. De acordo com essa classificação, existem os idiofones, que produzem sons de acordo com a vibração de corpos sólidos, como por exemplo, a castanhola, o triângulo e o agogô; os membranofones, que necessitam de uma membrana tensionada para percutir os sons, como por exemplo, a cuíca, o pandeiro e o surdo; os aerofones, cuja fonte sonora é uma coluna de ar, como o trompete e o trombone; e, por último, os cordofones, que produzem sons através da percussão de uma corda tensa, como o violão, o contrabaixo e a harpa.
            O curioso das pesquisas etnomusicológicas é perceber que os critérios para a definição dos sons variam de acordo com o tempo, com a cultura, com a forma como a música é feita, pois, entre os indígenas, por exemplo, o fato de existirem instrumentos coletivos, tocados por múltiplos executantes, transformaria completamente essas definições encontradas, já que num único instrumento, poderiam ser observadas características dos idiofones, membranofones, aeorofones e cordofones. Porém, as classificações auxiliam a definir grupos de instrumentos para efeito de estudo, já que eles podem variar de acordo com os símbolos de cada cultura.
Enfim, há uma riqueza imensa quando se estuda a organologia, pois, leva-se em conta a estrutura física dos instrumentos e a prática social, religiosa ou estética que se relaciona com o uso do instrumento. Portanto, há um campo de conhecimento amplo que orienta e desperta o interesse pela forma como a humanidade produz som ao longo do tempo. 

Abraços! 
Dani Del Sole

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