quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Balada de Franz Schubert: Erlkönig
Texto, de Goethe, descreve uma situação mística na qual um homem cavalga com seu filho pequeno e doente; o menino afirma estar vendo o Rei dos Elfos, que lhe convida para ir com ele, prometendo ternuras, o menino adverte o pai diversas vezes, mas este não não acredita; quando dá-se conta, o menino está morto, tendo sido levado por esse ser mitológico (ou por sua doença?). No início do Lied, Schubert colocou oitavas repetidas rapidamente, que aludem ao galope do cavalo e à ansiedade do pai ao cruzar uma floresta “através da noite e do vento” com seu filho doente aos braços, em direção à cidade. No Lied, Schubert diferenciou claramente os personagens - o pai, o menino e o Rei dos Elfos - através da sua caracterização musical.
sábado, 11 de outubro de 2014
Elaboração de conceitos sobre criação e criatividade - Dani Del Sole
Elaboração
de conceitos sobre criação e criatividade
Os conceitos de criatividade
transformaram-se com o passar da história, e suas permanências revelam-se ao descobrirmos que
este é um conceito em construção, tendo sido perpassado por diferentes
sentidos, ao longo do tempo, mas que, conforme a práxis, se reconstrói em
ciclos praticamente infinitos.
Tratar a criatividade como algo nato
à alguns, que possa gerar a desigualdade entre as pessoas esteve entre os primeiros
equívocos que geraram questões iniciais: "A capacidade de criar é uma rara
qualidade humana? É um privilégio de
alguns poucos? A criatividade só acontece nas Artes?
Para desmistificar tais questões,
verifica-se que, conforme a linguagem artística, transformam-se as características
essenciais da criação, o que faria com que a própria ideia de criatividade
também variasse, dependendo da linguagem (se é visual, se é auditiva ou
corporal). Além disso, a obra, ao ser contemplada, depende da interpretação do
receptor. Sendo assim, um dos conceitos possíveis para criação seria a
"ação humana de conceber, de inventar, gerar, de dar existência ao que não
existe, ou de dar nova forma, novo uso a alguma coisa ou, ainda, de aperfeiçoar
coisas já existentes." (HOUAISS, 2005) Decorre daí que a criatividade não
é um privilégio das Artes, portanto, é possível ser desenvolvida entre todos
que, na busca por solucionar problemas cotidianos, busquem estratégias de
superação. Assim, o potencial criativo seria intrínseco ao ser humano. De
acordo com o dicionário, pode-se entender criação como "produção
artesanal, artística e/ou intelectual; tudo aquilo que é fruto do trabalho e do
talento humano", ou "produção intelectual, elaboração de trabalho
científico, geralmente com fins práticos" (HOUAISS, 2005).
Criatividade, se entendida como
"inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar,
inovar, quer no campo artístico, quer no científico, esportivo etc."
(HOUAISS, 2005), é uma ideia que permeia toda a história da humanidade, com
exemplos incríveis da produção do conhecimento humano. E dessa constatação,
pode-se perceber que o potencial criativo humano varia conforme as heranças
culturais de um povo, de acordo com as tradições e as inovações, sendo possível
que tanto gêneros musicais, compositores, ouvintes e intérpretes, quanto
pensadores, sejam, ao mesmo tempo, influenciados e influenciadores, sendo a
construção social do fenômeno da criação, algo que não se dá do nada, como uma
mágica, e sim, algo que deve-se ao estudo, à busca, à mistura, à contrariedade
ou aceitação, ora das inovações, ora das tradições, envoltas pelo laço de um
domínio cultural, caso ele gere o sentimento de pertença aos participantes de
determinado grupo social.
O mundo contemporâneo têm sido palco
de um enfraquecimento desse sentimento de pertença, pois com as tendências
globalizadoras, inclusive dos gêneros culturais, ao serem adaptados ao mercado
global. Um exemplo foi a axé- music, por que quando foi tratada por Paul Simon
e Michael Jackson para ser exportada, ganhou outras roupagens, deixando de lado
algumas das tradições originárias dos terreiros de candomblé, sendo
"recaracterizadas" suas particularidades a ponto de que o regional
atingisse o mundo, de maneira universalizada, tal como esse estilo
reconheceu-se no Sudeste, sendo hostilizado por muitos, devido às
transformações pelas quais o estilo passou para agradar a um público maior.
O consumismo das artes e das
ciências pode enfraquecer a produção cultural. Enquanto a criatividade poderia
estar a serviço de toda a humanidade, parece que ela fica atrelada aos valores
mercadológicos que se dão a ela. Pode ser que a criatividade não seja
privilégio de alguns, mas é raro o artista que, com condições de garantir sua
sobrevivência, fuja dos padrões musicais em suas "criações". Com
isso, a criatividade passa a ser relativa à sociedade em que vivemos, estando
interligada à ela, o que infalivelmente, varia no padrão das criações de um
povo, resultando em muitos ritmos repetitivos, temáticas comuns, enquanto
outras sequer são desvendadas. Pode dizer que há um universo para a
criatividade, sendo possível que a genialidade tome conta do ser humano, mas em
nosso cotidiano, ser criativo é nada contra a corrente, pois criativo é estar
mais perto do humano humanizado e, o humano que se vende ao mercado, se
desumaniza, se adapta às regras que exigem bem menos do que aquilo que cada um
pode oferecer.
Pesquisa e elaboração de projeto de um chocalho - Dani Del Sole
Pesquisa e elaboração de Projeto de um
Chocalho
Chocalhos são instrumentos musicais
do grupo dos idiofones. Apresentam uma grande variedade de instrumentos e estão
entre os mais fáceis de confeccionar e de tocar. A confecção dos idiofones
promove um trabalho de percepção e consciência em relação ao parâmetro timbre.
Conforme a quantidade de arroz num chocalho ocorre alteração e as crianças
podem observar essas diferenças entre si, depois de confeccionados seus
instrumentos.
Podem ser confeccionados maracás,
caxixis, paus de chuva, móbiles sonoros, chocalhos de metal, dentre outros. De acordo com o Dicionário de Percussão, a
origem dos chocalhos está associada aos rituais religiosos, servindo para
chamar a atenção dos bons espíritos ou afastar os maus.
Os idiofones de percussão podem ser
tocados com baquetas, com os dedos ou com as mãos, como os xilofones,
vibrafones, sinos, etc.
Os idiofones de agitamento são os
que devem ser movimentados para produzir sons. São idiofones internos que
apresentam os objetos que se entrechocam dentro recipientes como ossos,
cabaças, cerâmica, madeira ou metal.
Os idiofones de raspagem são os que
percutem o som com o impacto em outros objetos, como o reco-reco. São idiofones
externos que se chocam entre si, seja presos a outros objetos ou ao corpo.
Há os idiofones beliscados e os
friccionados.
PROJETO DE UM CHOCALHO
Materiais utilizados
Cabo de vassoura
(30 cm)
Pregos
Tampinhas de
garrafa (6 a 8)
Ferramentas necessárias
Martelo
Alicate
Serra
Método de construção
Desamassar as
tampinhas com um alicate e fazer um furinho no meio de cada uma delas. Serrar o
cabo da vassoura e pregar 2 grupos de 3 tampinhas numa das pontas da madeira,
deixando um espaço entre elas para a vibração e um espaço para segurar o
instrumento, de modo que seja possível uma sonoridade agradável. O instrumento
pode ser decorado com tinta.
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Cuiquinha |
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Saxofonezinho |
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Tambor |
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Cordofone
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Esculturas Sonoras - Dani Del Sole
ESCULTURAS SONORAS
“O corpo todo é um ouvido” (Doug Muir)
As esculturas sonoras são obras de
arte que aliam a apreciação estética do público à sonoridade oferecida pela
criação artesanal. Proporcionam apreciação visual, rítmica e melódica. É o
resultado da integração entre as artes plásticas, visuais e a música.
Ocorre um equívoco quando o foco
dessa confecção é o preço dos instrumentos, ao invés da criatividade. O foco
das esculturas sonoras reside justamente na junção entre criatividade para que
o resultado final possa ser admirado por todo nosso corpo, como se ele todo
fosse um ouvido.
As possibilidades de experimentação
são infinitas, pois as pesquisas vêm sendo realizadas continuamente e as
descobertas ainda não se esgotaram. São instrumentos com forma de animais, do
mundo ou do sol, como os de Fernando Sardo (músico, compositor, luthier,
artista plástico e educador musical). Dele há subdivisões de instrumentos orgânicos, construídos com
matéria-prima sintética como bambu, cabaça, madeira, pedra e argila; instrumentos de papel; os instrumentos de
metal e os instrumentos de plástico, sendo que todos têm arte desde o nome
até cada um dos detalhes da confecção. Há ainda investigações como as de Nado
de Olinda, em “O Som do Barro”, dentre outros.
Do livro “O ouvido pensante” a
frase: “A principal tarefa do professor é trabalhar para sua própria extinção;
ficar praticamente invisível, enquanto o grupo segue seu próprio destino. (...)
Erros foram cometidos. É natural do trabalho experimental haver erros algumas
vezes (...). Se o objetivo da arte é crescer, precisamos viver perigosamente.
Um erro provoca mais pensamentos e autocrítica.” Disso se percebe o quanto é
complexo lidar com a criatividade de outrem. É um trabalho precioso e também
cauteloso, pois em alguns momentos os grupos são muito dependentes do professor,
porém, no momento de criar, o cuidado deve ser gigantesco para que não se
massacre aquilo que se deseja como experimentação, por mais que isso recorra em
erros, já que a intenção da arte é crescer com ousadia e liberdade. Schafer tem
razão, pois às vezes a ansiedade do professor é tanta que ele sequer consegue
esperar o tempo do aluno se esforçar, em silêncio.
Assim, desejar que os alunos atinjam
a criação dessas esculturas sonoras exige um bom preparo com cuidados simples,
como a faixa etária a que o instrumento se direciona, quais materiais serão
utilizados, pois as experimentações devem ser orientadas para que os alunos não
se sintam tão perdidos. Porém, pode ser flexível, pois os aprendizes podem e
devem se arriscar em suas experimentações, já que o essencial não é o acerto e
sim o processo encontrado para cada descoberta, pois do ponto de vista da
sensibilidade para as artes, a aprendizagem ocorrerá por meio de vários
sentidos até que se chegue a uma escultura sonora, pois a sensibilização
inicial acontece ao aprender a contemplar por meio do som, da visão, do
paladar, do olfato, do tato, do movimento, do gesto, enfim, ao aprender a
ouvir. Conforme essa sensibilização for aflorando as possibilidades de
exploração de repertórios sonoros, a liberdade para criar trará resultados
misteriosos. E é aí que reside a beleza de sabermos ouvir e proporcionar esses
momentos de descoberta tão mágicos.
SHAFER, Murray.
O ouvido pensante. Tradução de Marisa Trench de O. Fonterrada, Magda R. Gomes
da Silva, Maria Lúcia Pascoal, SP. Fundação Editora da Unesp. 1991.
SITE
http://www.fernandosardo.com.br/portugues/
Pesquisa e classificação de instrumento musical - Violão
PESQUISA E CLASSIFICAÇÃO DE
INSTRUMENTO MUSICAL
O violão, de acordo com a classificação Hornbostel-Sachs, é um cordofone,
ou seja, um instrumento que produz som com a percussão de cordas tensas ou
soltas. Ele já foi classificado em 1325, como tensibilia, ou instrumento de cordas tensas, pelo francês Jean de
Muris. De acordo com Sebastian Virdung, em 1511 e August Gevaert, em 1863,
poderia ser classificado como instrumento com cordas.
Na cultura chinesa, datada do primeiro milênio antes de Cristo, ele
poderia ser classificado como instrumento de madeira, enquanto na classificação
tradicional, de origem greco-romana, ele é considerado um instrumento de corda.
Isso significa que o som do violão é produzido a partir de uma corda esticada
que, pelo beliscamento, fricção e até percussão, produz o som.
O primeiro instrumento de corda conhecido foi o Arco musical que se
originou entre 35 e 15 mil anos a.C. Os instrumentos de corda mais antigos são
nove liras e três harpas encontradas na Mesopotâmia em 2.600 a.C. De acordo com
pinturas encontradas no Antigo Egito, supõe-se que as liras tinham funções poéticas
ou religiosas e as harpas visavam o entretenimento e o erotismo.
Os instrumentos de corda baseiam-se em princípios matemáticos que os filósofos
desenvolveram de acordo com a escala pitagórica. O estudo das cordas é regido
pelo princípio das ondas estacionárias, ou seja, na freqüência das ondas
emitidas pelas cordas. Essas freqüências dependem da densidade linear das cordas, que é a massa da corda dividida por
seu comprimento; da tração a que as
cordas estão submetidas; e, do comprimento
linear da corda. Com a variação dessas características, o violão oferece
uma grande possibilidade de alteração na altura das notas, pois permite
diferentes afinações, de modos que as cordas de uma mesma densidade e
comprimento mais tensionadas produzem sons mais agudos e as menos tensionadas,
sons mais graves.
O desenho do violão veio da Espanha, porém a variedade existente hoje em
dia, é imensa. O nome violão também é polêmico, pois no Brasil, o nome guitarra
é usado tanto para o instrumento acústico quando para o instrumento elétrico.
Provavelmente, usamos o termo violão para a guitarra clássica por que em
Portugal existia a viola, que era parecida com o desenho do violão, porém
menor, o que para os leigos, derivou o nome que se popularizou violão. Assim, o
instrumento aqui chamado de violão, tem o nome de guitarra em outros países. E,
aqui, só chamamos de guitarra o violão elétrico.
Afora, essa questão semântica, ele é um instrumento que traz muitas
vantagens ao facilitar o acompanhamento com o canto, ser de fácil acesso, em
virtude de o preço ser mais baixo que o de outros instrumentos, apresentar uma
imensa riqueza harmônica e ser de fácil transporte, o que faz dele, um
instrumento sociabilizador. Destacam-se para esse instrumento composições de Heitor
Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Guinga, dentre muitos outros.
1 Cabeça, mão, palheta ou Headstock
2 Pestana, capotraste ou Nut
3 Tarrachas, cravelhas ou carrilhões
4 Trastes
6Elementos decorativos
7 Braço
8 Tróculo
9 Corpo
12 Cavalete
14 Fundo
15 Tampo Dianteiro
16 Lateral, faixas ou ilhargas
18 Cordas
19 Rastilho
20 Escala
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