ESCULTURAS SONORAS
“O corpo todo é um ouvido” (Doug Muir)
As esculturas sonoras são obras de
arte que aliam a apreciação estética do público à sonoridade oferecida pela
criação artesanal. Proporcionam apreciação visual, rítmica e melódica. É o
resultado da integração entre as artes plásticas, visuais e a música.
Ocorre um equívoco quando o foco
dessa confecção é o preço dos instrumentos, ao invés da criatividade. O foco
das esculturas sonoras reside justamente na junção entre criatividade para que
o resultado final possa ser admirado por todo nosso corpo, como se ele todo
fosse um ouvido.
As possibilidades de experimentação
são infinitas, pois as pesquisas vêm sendo realizadas continuamente e as
descobertas ainda não se esgotaram. São instrumentos com forma de animais, do
mundo ou do sol, como os de Fernando Sardo (músico, compositor, luthier,
artista plástico e educador musical). Dele há subdivisões de instrumentos orgânicos, construídos com
matéria-prima sintética como bambu, cabaça, madeira, pedra e argila; instrumentos de papel; os instrumentos de
metal e os instrumentos de plástico, sendo que todos têm arte desde o nome
até cada um dos detalhes da confecção. Há ainda investigações como as de Nado
de Olinda, em “O Som do Barro”, dentre outros.
Do livro “O ouvido pensante” a
frase: “A principal tarefa do professor é trabalhar para sua própria extinção;
ficar praticamente invisível, enquanto o grupo segue seu próprio destino. (...)
Erros foram cometidos. É natural do trabalho experimental haver erros algumas
vezes (...). Se o objetivo da arte é crescer, precisamos viver perigosamente.
Um erro provoca mais pensamentos e autocrítica.” Disso se percebe o quanto é
complexo lidar com a criatividade de outrem. É um trabalho precioso e também
cauteloso, pois em alguns momentos os grupos são muito dependentes do professor,
porém, no momento de criar, o cuidado deve ser gigantesco para que não se
massacre aquilo que se deseja como experimentação, por mais que isso recorra em
erros, já que a intenção da arte é crescer com ousadia e liberdade. Schafer tem
razão, pois às vezes a ansiedade do professor é tanta que ele sequer consegue
esperar o tempo do aluno se esforçar, em silêncio.
Assim, desejar que os alunos atinjam
a criação dessas esculturas sonoras exige um bom preparo com cuidados simples,
como a faixa etária a que o instrumento se direciona, quais materiais serão
utilizados, pois as experimentações devem ser orientadas para que os alunos não
se sintam tão perdidos. Porém, pode ser flexível, pois os aprendizes podem e
devem se arriscar em suas experimentações, já que o essencial não é o acerto e
sim o processo encontrado para cada descoberta, pois do ponto de vista da
sensibilidade para as artes, a aprendizagem ocorrerá por meio de vários
sentidos até que se chegue a uma escultura sonora, pois a sensibilização
inicial acontece ao aprender a contemplar por meio do som, da visão, do
paladar, do olfato, do tato, do movimento, do gesto, enfim, ao aprender a
ouvir. Conforme essa sensibilização for aflorando as possibilidades de
exploração de repertórios sonoros, a liberdade para criar trará resultados
misteriosos. E é aí que reside a beleza de sabermos ouvir e proporcionar esses
momentos de descoberta tão mágicos.
SHAFER, Murray.
O ouvido pensante. Tradução de Marisa Trench de O. Fonterrada, Magda R. Gomes
da Silva, Maria Lúcia Pascoal, SP. Fundação Editora da Unesp. 1991.
SITE
http://www.fernandosardo.com.br/portugues/
Thayná aparecida da silva nascimento santos
ResponderExcluirN°44 1°M
As esculturas sonoras são obras de arte que aliam a apreciação estética do público à sonoridade oferecida pela criação artesanal.
O foco das esculturas sonoras São a junção entre criatividade Para que o resultado final possa ser admirado por todos.
São instrumentos com formas de animais,do mundo ou do sol,como os de Fernando Sardo(músico,compositor,Luthier,Artista plástico e Educador musical).